Sicília: a ilha da Itália perfeita para uma viagem romântica
Oi! Como prometido, voltei para contar tudo sobre a minha viagem para a Sicília com o Victor, meu namorado. Nós estávamos em Malta, que é tão pertinho da Sicília que seria quase um “pecado” não dar uma esticadinha até a ilha italiana.
Eu já contei sobre a minha viagem incrível para Malta e tudo que tem para conhecer e aproveitar por lá nesses dois posts: >>> Uma viagem a dois por Malta >>> 8 passeios maravilhosos para fazer em Malta
A ilha é enorme (muito mesmo) e tivemos que escolher apenas uma parte dela para conhecer. Conheça um pouco da ilha e confira alguns dos lugares imperdíveis na região:
A maior e linda ilha italiana
A Sicília é banhada por três mares - Tirreno, Mediterrâneo e Jônico. A ilha foi invadida e disputada durante séculos, por romanos, gregos, cartagineses, espanhóis, normandos e árabes, principalmente devido à sua posição importante nas rotas de comércio mediterrâneas.
Toda essa variada mistura de influências resultou numa identidade própria, num dialeto bem particular e numa espetacular herança cultural e arquitetônica, que fazem da Sicília uma região com características únicas na Itália. Como seus próprios habitantes costumam falar, eles são, em primeiro lugar, sicilianos e depois italianos.
Um caso de amor com a Sicília
Para sair de Malta rumo à Sicília, existem duas opções: ir de catamarã, que demora cerca de 1h50min, ou via aérea, que foi a que nós escolhemos. O voo é bem rápido, menos de 30min. Fomos de RyanAir e conseguimos pagar barato na passagem, cerca de 30EUR por pessoa, mas naquele esquema de low cost, sem bagagem de porão, só a de mão. Viajando dessa forma, é só deixar as malas grandes num locker no hotel ou no aeroporto de Malta.
Alugamos um carro no aeroporto para nos acompanhar durante toda a viagem. Recomendo fazer isso, um automóvel na Sicília lhe dará mais mobilidade e agilidade que os transportes públicos. Como fomos ao Etna no inverno, alugamos o carro com correntes (que na hora de usar não sabíamos, mas os italianos foram muito prestativos e nos ajudaram, amém).
Quem vem de Malta por avião chega pelo aeroporto de Catânia, que foi aonde passamos nossa primeira noite. O roteiro era de cinco noites: uma em Catânia, outra em Etna e as demais em Ortigia, que fica em Sicarusa, da onde fizemos algumas cidades em bate e volta.
Cinco dias na Sicília
Vou contar um pouco sobre cada cidade e local que visitamos, o que é imperdível de fazer, onde comer e tudo de legal que tem por lá. Falarei também sobre os hotéis que ficamos, todos muito bons e com preços super justos!
Ah! Não reparem se a maioria dos meus destaques dessa viagem for comida (<3<3<3). É impossível ir para a Sicília e não ser monotemática. Entre tantas delícias, destaco 4 coisas que tem-que-comer: vinho da uva nero davila; a massa (ela não poderia ficar de fora) conhecida alla norma, a mais famosa da região; pode colocar pistache em absolutamente tudo, é realmente muito bom; e, o principal: Cannoli. Sério, os melhores que já comi - dá água na boca só de lembrar.
Catânia
Como falei lá em cima, dormimos apenas uma noite em Catânia, tempo suficiente para um jantar delicioso em uma pizzaria. Escolhemos a Locanda Cerami, com destaque não só para a pizza como também para as bruschettas.
A cidade, a segunda maior da Sicília, é bem antiga e você sente isso ao caminhar pelas ruas e avenidas. Por ser uma cidade grande, é mais perceptível a diferença do sul da Itália para o resto das cidades europeias: mais pobre e confusa. Mas nós já esperávamos por isso.
Não conhecemos muito, só demos uma voltinha pelo centro já de noite (mas com muitas lojas abertas). Como Malta tem poucas opções de compras, fomos em algumas fast fashion e na Sephora.
Hotel - Il Principe: É bem localizado, com quarto superconfortável, que tinha uma sacadinha fofa. Nós gostamos bastante. Pegamos sem café da manhã porque sairíamos cedo e queríamos dar mais uma voltinha pela cidade. Recomendo.
Linguaglossa – Monte Etna
Ainda não decidi se amei mais nossos dois dias de Etna ou nosso tempo em Ortigia!
O Etna, também chamado de Mongibello, tem cerca de 3350m de altitude e 35km de diâmetro na base, sendo, assim, o vulcão mais alto da Europa e um dos mais ativos do mundo. Ele fica bem perto de Catânia, então se você está na cidade é um passeio imperdível!
Nós saímos de Catânia bem cedinho, com o plano de subir o Etna e aproveitar a neve. Lá não tem aquelas megaestruturas de estação de ski ou algo super chique. Nos finais de semana, é bem comum ver os sicilianos aproveitando a neve... ou seja, é uma ótima opção para iniciantes na neve como eu.
Durante as outras estações do ano, o Etna fica bastante movimentado por conta do trekking, mas para a gente, que não é tão aventureiro (rs), foi uma experiência muito legal ir no inverno e conseguimos aproveitar bastante.
Bem, esse era o plano. Mas, infelizmente, teve uma nevasca e não pudemos subir no primeiro dia. Então fomos direto para o hotel e, olha, que delícia! São alguns poucos chalés sem internet e TV, com uma área externa grande e bem legal, e nos divertimos por ali mesmo. Almoçamos e jantamos por lá mesmo e é programa imperdível, tem gente que vai só para isso.
No dia seguinte, depois do café, conseguimos subir - finalmente -, para a estação de ski Etna Sud, e foi essa beleza toda das fotos (tem mais na galeria no final do post): neve, sol e as crateras do Etna. Fomos de teleférico até o ponto mais alto e a beleza é de encantar!
O Etna foi declarado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 2013. E aqui vai outra curiosidade: a Itália é o país que tem a maior quantidade de Patrimônio Unesco do mundo.
Atenção! Antes de fazer uma excursão ao Etna, se informe sobre o estado de atividade do vulcão.
Hotel – Chalet Clan Dei Ragazzi: um achado! Simples, com comida de ótima qualidade. Você é atendido pelos donos, cheio de cuidados. Voltaria com certeza!
Siracusa – Ortigia
Depois de toda a diversão do dia que passamos no Etna, voltamos à estrada rumo a Siracusa, nossa próxima parada. Após a viagem de 01h30min e uma mudança considerável de temperatura, chegamos a Ortigia, uma ilhota onde está o centro histórico de Siracusa e um lugar bem lindo e charmoso.
Chegamos já quase à noite e só deu tempo de tomar banho e jantar. Muitos restaurantes aproveitam essa época (fevereiro) para fechar para manutenção e reformas. No entanto, estamos na Itália: a cada nova portinha, uma grata surpresa!
Eu tinha uma listinha de restaurantes, mas acabei escolhendo um que nos pareceu simpático, tinha indicação do Trip Advisor na Porta e estava cheinho, ou seja, a escolha perfeita. Foi uma delícia de jantar, com boa massa, bom vinho e um bom Tiramissu, nossa sobremesa favorita! Além de tudo, super atendimento. Anotem aí o nome do lugar: Spizzuliamu Trattoria.
Hotel - Alla Giudecca: é um prédio super antigo, pertinho da orla, com ótima localização. Demos uma super sorte e conseguimos um upgrade para o melhor quarto do hotel, com uma sala, mini cozinha, varanda e um banheiro enorme e muito bom. A decoração é toda rústica e aconchegante. Amamos demais o hotel. O café da manhã era simples, mas super gostoso - o canolli uma delícia!
Abaixo dele tem um banho judeu bem antigo, que é aberto para visitação. Ele foi fechado durante a inquisição e redescoberto no pós guerra, o prédio onde está o hotel foi construído depois.
As cidades barrocas
Nós optamos por conhecer Ortiga no último dia de viagem, assim, no dia seguinte da chegada à cidade, pegamos o carro e fomos conhecer três locais apaixonantes: Noto, Ragusa e Modica.
A primeira parada foi Noto, uma cidade pequena, com centro histórico que percorremos em poucas horas. Mas é a joia barroca da Sicília, tombada pela UNESCO. A cidade atrai os amantes de arquitetura, que é impressionante e dá vontade de parar e fotografar todo e qualquer lugar, com destaque para a Catedral de San Nicolò.
A cidade de Noto foi o palco do lindíssimo casamento da blogueira italiana Chiara Ferragni e o rapper Fedez. Alguma dúvida que o destino vai bombar e virar queridinho para Destination Wedding?
De lá seguimos para Ragusa. Mais uma cidade vazia devido a baixa temporada. Qual a vantagem? Menos gente na foto de atrativo turístico! Hehehe
Almoçamos por lá e rodamos a cidade. Ragusa tem uma geografia muito própria e a cidade é bem pitoresca e única. É importante ressaltar que tem a Ragusa mais nova e a antiga, duas áreas da mesma cidade. Passeamos por Ragusa Ibla, admirando a beleza dessa cidade pacata e encantadora. Essa é a parte mais antiga, que foi destruída no terremoto de 1693 (o mesmo aconteceu com as duas outras cidades visitadas nesse dia).
Quer comprar souvenir? Diversas lojinhas cheias de coisas lindas e originais! Destaque para os queijos (sempre comida! Hehe). Falando nisso, Ragusa é o paraíso para os amantes de vinhos tintos e queijos, já que é uma região vinícola e que produz excelente laticínios.
Mas o grande barato de cidade é observa-la de longe, da estrada, aquela cidade subindo na montanha.
Fechando com chave de ouro nosso passeio pelas cidades barrocas da Sicília: Modica. Ela é dividida em parte baixa e alta, que foi onde estacionamos e fomos descendo até a parte baixa. Já era noite e muita coisa não vimos, mas a cidade vista de vários ângulos toda iluminada é de encantar.
Lembra do cannoli que falei? É aqui que vocês irão comer os melhores! Anota essa dica: Vá na Antica Dolceria Bonajuto. Além do chocolate original siciliano - Modina tem a fama dessa delicia -, e deliciosos cannolis, a lojinha tem 130 anos e é cheia de charme. Como fomos em um domingo, demos a sorte de poder visitar as duas principais igrejas e de quebra ver um pedaço da missa.
De volta a Ortigia
Voltamos para jantar em Ortigia no conhecido A Putia dela Cosa Buene, sempre cheio, com comidinhas rápidas, para petiscar ou uma bela massa. Mais uma noite deliciosa!
No nosso último dia de passeios pela maior ilha italiana, finamente passamos o dia em Siracusa. A cidade, fundada em torno de 730 a. C pelos gregos e depois dominada por romanos tem uma história milenar interessantíssima e muito rica, sendo considerada Patrimônio da UNESCO (olha aí, mais uma!).
Eu indicaria ao menos 2 dias só para Siracusa, tem muito o que ver e para mim, é um destino obrigatório para quem visita a Sicília.
Começamos cedo: fomos de carro até Parque Arqueológico de Neapolos, que fica fora de Ortigia. Imperdível!
O Parque tem diversas construções, de um lado grega e de outro romana. Conta com um enorme anfiteatro grego do século V A.C, a Orelha de Dionísio e ruínas romanas. É bem legal, uma visita de cerca de 2 horas. A ocupação espanhola saqueou parte das ruínas, mas ainda conseguimos ver boa parte conservada. Nessa época, Siracusa rivalizava em tamanho com Atenas e Roma, então a vida social e cultural fervilhava e essas construções mostram bem essa importância.
De volta a Ortigia, visitamos os monumentos principais: as ruínas do teatro de Apolo, que só vemos por fora; a fonte de Arethusa, cheia de mística e lendas que remota a ocupação grega; a fonte de Diana, linda! Além de Igrejas e outras ruínas.
Mas o grande destaque foi a Catedral de Siracusa, antigamente Templo de Minerva (para os romanos) ou Atenas (para os gregos), hoje dedicada à Natividade de Nossa Senhora.
A construção do templo data de 480 A.C, resistiu a diversas ocupações e foi se reinventando também no seu propósito, sempre religioso. É muito interessante ver a mistura da sua arquitetura, preservando desde as colunas gregas até com o barroco rococó (parte dela foi destruída no terremoto do século XVII e reconstruída). Outro detalhe interessante é que dentro da igreja há uma capela dedicada a Santa Luzia, com parte dos restos mortais da santa.
Como em todas as cidades da Itália, se perder pelas ruelas é sempre mais interessante. Terminamos o dia da melhor forma: um drink assistindo ao pôr do sol na orla...que delícia!
A última noite não poderia ter sido melhor: pizza e vinho no ótimo Schiticchio Pizzeria.
No dia seguinte, voltamos para Malta já planejando um retorno à Silicia!
Veja algumas fotos:
Antes que alguém note a ausência e pergunte: não, não fizemos tours por locações do Poderoso Chefão (hehehe) queríamos, e muito!
Também não conhecemos Taormina (que bomba no verão) nem as vinícolas, pois muitas estavam fechadas nessa época – nós fomos em fevereiro, ainda era inverno na Europa. E sim, infelizmente Palermo ficou de fora :(
Com tanta coisa que ficou sem conhecer e visitar, só sei que pretendo voltar à Sicília. É um lugar que não cabe em uma só viagem, tem muita coisa para fazer!
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E ai, vocês conhecem a Sicília? Se sim, contem para gente o que mais gostaram! Se ficaram com vontade de visitar a ilha, entre em contato conosco que nós te ajudamos em tudo :)
Beijos,
Manu:
manuela@idobrazil.com
(21) 98810-0183
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